Biomassa papel dos biocombustíveis sólidos no Brasil

Biomassa: Papel dos biocombustíveis sólidos no Brasil

Biomassa - 29/09/2025

Energia no Brasil: o contexto

O Brasil se destaca no cenário mundial por ter uma matriz energética mais limpa que a média global: quase metade da energia consumida vem de fontes renováveis, enquanto no mundo esse número gira em torno de 15%. Grande parte desse diferencial vem do etanol e do bagaço de cana, mas também da biomassa sólida — combustível obtido de resíduos florestais, agrícolas e agroindustriais.

Caldeiras de papel e celulose, serrarias, usinas sucroenergéticas, fábricas de MDF/MDP e até indústrias alimentícias utilizam biomassa sólida para gerar calor, vapor e até eletricidade. Assim, discutir o papel desses combustíveis nas políticas públicas não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica e estratégica para a competitividade industrial.


O que são biocombustíveis sólidos?

Chamamos de biocombustíveis sólidos os combustíveis de origem vegetal, geralmente em forma de resíduos ou subprodutos, que podem ser queimados para gerar energia térmica ou elétrica. Alguns exemplos:

  • Cavaco de madeira – amplamente usado em caldeiras industriais.
  • Serragem e resíduos de serrarias – aproveitados em secagem e geração de calor.
  • Pellets e briquetes – biomassa compactada, com transporte mais fácil e queima mais estável.
  • Bagaço de cana-de-açúcar – usado em co-geração em usinas e também vendido a outras indústrias.
  • Cascas de arroz, café, caroço de açaí e outros resíduos agroindustriais.
  • Resíduos florestais – galhos, folhas e sobras de colheita mecanizada.

Cada tipo possui características técnicas diferentes: poder calorífico, teor de umidade, densidade aparente, granulometria e teor de cinzas. Esses fatores determinam a eficiência na caldeira, os custos de transporte e até os riscos de manutenção.


Políticas públicas e o lugar da biomassa sólida

RenovaBio

Criado em 2017, o RenovaBio é a principal política brasileira para biocombustíveis. Embora seja voltado principalmente para líquidos (etanol e biodiesel), ele trouxe um debate central: como medir e valorizar a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Esse raciocínio também influencia a forma como a biomassa sólida começa a ser considerada em planejamentos e incentivos.

Planejamento da EPE e PDE

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publica regularmente os Planos Decenais de Energia (PDE), que projetam oferta e demanda para os próximos 10 anos. Nesses relatórios, a biomassa sólida aparece como alternativa para reforçar a geração elétrica renovável e como combustível estratégico em setores industriais.

Decisões do CNPE e do MME

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) têm reforçado o papel dos biocombustíveis como instrumentos de segurança energética e descarbonização. Isso inclui incentivos à geração distribuída e programas regionais de apoio à bioenergia.


Por que apostar em biomassa sólida?

  1. Redução de emissões
    A queima de biomassa sustentável é considerada “carbono neutro”, já que libera o CO₂ absorvido pela planta em seu crescimento.
  2. Aproveitamento de resíduos
    Resíduos que antes eram descartados ou queimados de forma ineficiente passam a gerar valor, fechando o ciclo da economia circular.
  3. Segurança energética
    A biomassa diminui a dependência de combustíveis fósseis importados, reduzindo a vulnerabilidade a crises externas.
  4. Desenvolvimento regional
    O uso de resíduos agroflorestais gera empregos locais, movimenta cadeias produtivas e pode reduzir custos logísticos.

Os grandes desafios do setor

Apesar das vantagens, o uso da biomassa sólida ainda enfrenta alguns obstáculos:

Qualidade do combustível

  • Umidade elevada reduz drasticamente o poder calorífico. Um cavaco com 50% de umidade pode ter menos da metade da energia útil de um cavaco seco a 25%.
  • Granulometria irregular prejudica a alimentação automática e aumenta o risco de falhas.
  • Cinzas e impurezas elevam custos de manutenção e afetam a eficiência da combustão.

Logística e armazenamento

  • Biomassa úmida pode fermentar, apodrecer ou até pegar fogo por autoaquecimento.
  • O transporte de materiais pouco densos encarece a operação — por isso pellets e briquetes ganham espaço.

Sustentabilidade e certificação

Mercados consumidores, no Brasil e no exterior, exigem cada vez mais rastreabilidade da origem da biomassa, para garantir que não houve desmatamento ilegal ou impactos ambientais negativos.


O papel da instrumentação e da automação

É aqui que a tecnologia faz toda a diferença. Para garantir eficiência e atender às exigências das políticas públicas, a indústria precisa de dados confiáveis em tempo real.

Onde medir e controlar?

  • No recebimento:
    Medição rápida de umidade evita que cargas fora do padrão entrem na produção.
  • Na esteira de alimentação da caldeira:
    Sensores contínuos de umidade e densidade permitem ajustar a quantidade de ar e combustível em tempo real.
  • No processo de secagem:
    Controladores automáticos ajudam a reduzir tempo de secagem, economizar energia e manter a madeira ou biomassa no ponto ideal.
  • Nos relatórios de gestão:
    Dados históricos de umidade, volume e peso permitem comprovar ganhos de eficiência, calcular ROI e até atender auditorias ambientais.

7. Como a Marrari pode apoiar

A Marrari Automação oferece soluções projetadas justamente para esses pontos críticos:

Em outras palavras, as soluções Marrari ajudam empresas a transformar dados em eficiência energética — alinhando produção, sustentabilidade e compliance regulatório.


O futuro da biomassa sólida nas políticas públicas

Especialistas e órgãos governamentais apontam algumas direções que devem ganhar força nos próximos anos:

  • Incentivos fiscais e linhas de crédito para pelletização, secagem e logística da biomassa.
  • Programas de certificação para garantir sustentabilidade e rastreabilidade.
  • Ampliação da geração distribuída com biomassa em regiões com forte produção florestal e agroindustrial.
  • Investimentos em P&D para aumentar eficiência de combustão, reduzir emissões e aprimorar sistemas de automação.

Conclusão

Os biocombustíveis sólidos são um ativo estratégico para o Brasil: contribuem para reduzir emissões, aproveitar resíduos e dar segurança energética ao país. Mas seu uso eficiente depende de um ponto central: medir e controlar a qualidade da biomassa em tempo real.

A Marrari ajuda indústrias a superar esse desafio com soluções de medição e automação, garantindo que cada quilo de biomassa entregue o máximo de energia possível. Assim, a empresa não apenas se adapta às políticas públicas de energia, mas também se torna protagonista da transição energética brasileira.


Conheça mais sobre as soluções para a indústria da geração de energia e biomassa clicando abaixo:

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é biomassa-1170x568.jpg