Grãos: Como otimizar a lucratividade da pós-colheita?

Grãos: Como otimizar a lucratividade da pós-colheita?

Agro - 16/09/2025

No Brasil, estima-se que as perdas na pós-colheita de grãos cheguem a 10% da produção total, segundo a Conab e a Embrapa. Isso significa que bilhões de reais deixam de entrar no caixa de produtores e indústrias todos os anos, apenas por falhas de controle nessa fase da cadeia produtiva.

Entre os fatores mais críticos, a umidade ocupa o topo da lista. Um grão mal seco, armazenado com água acima do nível seguro ou transportado em condições inadequadas pode comprometer a qualidade, reduzir o valor de mercado e até inviabilizar a comercialização.

É nesse contexto que surge a pergunta: como otimizar a lucratividade da pós-colheita? A resposta passa pelo uso inteligente da medição de umidade em tempo real, associada a boas práticas de secagem, armazenagem e transporte.


O desafio da pós-colheita: por que tantas perdas ocorrem?

A fase pós-colheita envolve várias etapas — recebimento, pré-limpeza, secagem, armazenagem e expedição. Em cada uma, decisões erradas podem gerar prejuízos.

  • No recebimento, misturar lotes com diferentes níveis de umidade aumenta o risco de deterioração.
  • Durante a secagem, a falta de controle pode resultar em consumo excessivo de energia ou em secagem insuficiente.
  • Na armazenagem, o equilíbrio entre umidade e temperatura é vital para evitar fungos, micotoxinas e pragas.
  • No transporte, grãos fora da especificação podem ser rejeitados pelo comprador, causando perdas financeiras e logísticas.

Segundo dados da FAO, em países tropicais, até 30% da produção agrícola pode ser perdida após a colheita quando não há gestão adequada de umidade e armazenamento.


A importância da umidade na pós-colheita

O teor de água nos grãos é determinante para três fatores-chave da rentabilidade:

  1. Qualidade – grãos bem conservados mantêm valor nutricional e físico.
  2. Peso comercial – excesso de secagem reduz peso e rendimento.
  3. Segurança – altos teores de umidade aceleram a deterioração biológica e microbiológica.

A tabela abaixo mostra a faixa ideal de umidade para armazenagem de alguns grãos comuns:

ProdutoUmidade segura para armazenagem (%)Risco acima desse valor
Milho12–13%Proliferação de fungos e aquecimento
Soja11–12%Formação de micotoxinas e queda da qualidade de óleo
Trigo12–13%Diminuição da força do glúten e presença de pragas
Feijão12–13%Perda de coloração e sabor, deterioração rápida
Arroz em casca12–13%Quebras na industrialização, fungos e fermentações

Como otimizar a lucratividade da pós-colheita em cada etapa

A seguir, detalhamos como a medição de umidade em tempo real atua como ferramenta estratégica para cada fase.

1. Recebimento: separando lotes e evitando riscos

No momento em que os grãos chegam à unidade, é preciso medir rapidamente a umidade. Essa informação permite direcionar o lote:

  • grãos dentro da faixa segura podem ir direto para armazenagem;
  • grãos acima do limite devem seguir para secagem imediata.

Benefício: evita contaminação cruzada entre lotes, reduzindo perdas que poderiam chegar a 3–5%.


2. Durante a secagem: eficiência energética e preservação da qualidade

A secagem é uma das etapas que mais consomem energia. Quando feita sem medições precisas, dois problemas comuns ocorrem:

  • Subsecagem: grãos ainda úmidos seguem para armazenagem, aumentando risco de deterioração.
  • Supersecagem: além do desperdício de energia, há redução do peso comercial e quebra dos grãos.

A medição em tempo real possibilita ajustar continuamente temperatura e fluxo de ar, economizando até 20% de energia e preservando o rendimento do lote.


3. Após a secagem: validação do ponto ideal

Antes de liberar o lote para o silo, é fundamental confirmar que o teor de umidade atingiu o valor ideal. Essa checagem final garante que a operação anterior atingiu o objetivo, evitando retrabalhos e prejuízos.

Benefício: estabilidade do produto e prolongamento do tempo de armazenagem sem perdas.


4. Armazenagem: monitoramento contínuo

Mesmo após a secagem correta, a umidade pode variar dentro do silo devido à condensação, infiltração ou variação de temperatura. Sensores contínuos permitem identificar pontos de risco antes que se transformem em problemas.

Benefício: redução de perdas por fungos e aquecimento, que podem comprometer até 8% do volume estocado.


5. Transporte: conformidade e competitividade

Compradores nacionais e internacionais exigem especificações rigorosas de umidade. Um carregamento fora do padrão pode resultar em penalidades ou devolução da carga.

Benefício: confiança do cliente, valorização comercial e redução de custos logísticos.


Como otimizar a lucratividade da pós-colheita com dados em tempo real

Ao substituir métodos manuais por sensores e sistemas automatizados, o produtor ou indústria ganha:

  • Agilidade na tomada de decisão – sem depender de análises demoradas em laboratório.
  • Padronização da qualidade – cada lote é entregue dentro das especificações exigidas.
  • Gestão integrada – dados podem ser registrados, analisados e usados em relatórios de desempenho.
  • Maior previsibilidade – operadores conseguem planejar melhor a logística de secagem, armazenagem e transporte.

Exemplo prático: medição contínua de umidade

Ferramentas como o UmiGrain permitem leituras instantâneas e registros históricos de umidade, integrando-se à linha de produção. Ao utilizar esse tipo de tecnologia, o gestor consegue:

  • Encaminhar lotes corretamente já na entrada.
  • Reduzir gastos com combustível durante a secagem.
  • Garantir que os grãos saiam do secador no ponto exato.
  • Monitorar silos com maior confiabilidade.
  • Evitar rejeições comerciais durante o transporte.

Resultado: aumento da lucratividade por redução de perdas, economia de energia e maior valorização do produto final.


ROI da medição em tempo real: impacto financeiro

ItemSituação tradicionalSituação com medição em tempo realGanho estimado
Perdas em armazenagem5–10% do volume1–2% do volumeEconomia de até 8 pontos percentuais
Consumo energético na secagem100% (referência)Redução de 10–20%Economia direta nas contas
Perda de peso por supersecagem1–2% do lotePraticamente eliminadaMaior rendimento e faturamento
Penalidades/rejeições em transporteFrequentesRarasRedução de custos e maior confiança comercial

Boas práticas complementares para potencializar resultados

Além da medição de umidade, algumas práticas fortalecem o processo de otimização:

  1. Controle de temperatura nos silos – reduz proliferação de fungos.
  2. Ventilação uniforme – evita pontos de condensação.
  3. Pré-limpeza eficiente – remove impurezas que retêm umidade.
  4. Manutenção de equipamentos – sensores e secadores precisam estar calibrados.
  5. Capacitação da equipe – operadores bem treinados interpretam dados e tomam decisões rápidas.

Conclusão

A pergunta “como otimizar a lucratividade da pós-colheita” tem uma resposta clara: investir no controle de umidade em tempo real, aliado a práticas de secagem, armazenagem e transporte inteligentes.

Essa estratégia reduz perdas, economiza energia, assegura a qualidade e valoriza o produto. O retorno financeiro não está apenas em evitar desperdícios, mas também em conquistar mercados mais exigentes e alcançar preços mais competitivos.

O futuro da pós-colheita está na informação precisa. E quem utiliza a medição de umidade como ferramenta estratégica já está um passo à frente.


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